sábado, 10 de julho de 2010

"Vestidinhos".

Dias atrás recordei de toda aquela situação vinculada na mídia e nas esquinas, curvas, universidades, roda de amigos. O caso da aluna Geisy, da Uniban, e o seu “vestidinho sexy”. Tudo virou motivo para criar audiência, claro, e observando isso, grande parte das emissoras de televisão do País aproveitaram para explorar a situação e as pessoas envolvidas no caso.

Além de isso ter levantado uma discussão de grande proporção ao analisar que tipo de “estudante” as universidades estão formando, demonstra também o quanto as pessoas perdem tempo com assuntos não tão relevantes assim no nosso cotidiano.

Trata-se de uma situação extremamente complexa. Há quem alegue que a aluna não deveria estar vestida daquela maneira, não condizendo com o local onde se encontrava. De outro lado, o ato irracional da maioria dos colegas ao proferirem palavras de ofensa, constrangendo-a. Como se não bastasse, a atitude da universidade em expulsá-la daquela instituição, e após intervenção do MEC e de outras instituições, recuando e revogando a então decisão.

Sejamos sinceros: quantos vestidinhos ainda existem por aí no Brasil? Comecemos por Brasília, mais especificamente uma casa em especial, o Senado. Quantos vestidinhos existem pelas bandas do Legislativo brasileiro? Vestidinhos estes que deixam transparecer descaradamente a corrupção e a impunidade que assola a sociedade brasileira.

Sejamos, então, mais próximos: quantos vestidinhos da má administração pública, do dinheiro público mal distribuído, do descaso com a população? Por baixo deles, observamos lentamente o despir do Aeroporto de Joinville, a decadente situação do Hospital São José, a falta de parques, praças decentes para que nos finais de semana possamos aproveitar a tranquilidade a beleza da natureza, a falta de obras de grande porte e de relevância na cidade.

Estes, sim, são vestidinhos comparados à mentalidade dos governantes: minúsculos. Enfim, retiramos os vestidos da cegueira que assombra a sociedade e nos mantêm distantes de nós. Saibamos, ao retirá-los, gritar... não palavrões, mas palavras de luta e dignidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário